terça-feira, 16 de junho de 2015

NOVOS ESTUDOS - Vertentes de Umbanda



Saudações a todos 

Batizamos de, "Novos Estudos", uma série de (artigos/textos/estudos) que publicaremos á partir deste. Em oportunidades anteriores, também trabalhamos com os "Estudos" e realizamos a publicação de cinco (05) artigos com variados temas escolhidos aleatoriamente, porém que contextualizassem o cotidiano dos umbandistas, os questionamentos comuns ou até curiosidades e temas desconhecidos, todos os assuntos foram elaborados dentro da nossa possibilidade de pesquisas bibliográficas e tempo desprendido para realização, entre eles estão:


Nesta nova "série" a elaboração dos temas está centrada nas "Vertentes de Umbanda", que nada mais é que analisar as diferentes correntes de pensamentos e práticas que existem dentro da religião, identificarmos os contextos e períodos históricos de surgimento, fundadores, características ritualísticas, autores e livros doutrinários entre outros aspectos correspondentes. O estudo enfocará as vertentes surgidas após o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas pelo médium Zélio Fernandino de Morais em 1908, pois, sabemos que a constituição e organização da religião deu-se por meio deles, as primeiras tendas de Umbanda abertas após a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, chamadas "7 tendas mestras", foram determinações do próprio Caboclo após 10 anos de trabalhos por volta de 1918, bem como as escolhas de  lideranças atribuídas à elas, marcando assim início do movimento social expansivo da constituição genuinamente umbandista por todo o Brasil. 

Essa expansão deu margem para a fundação de centros, tendas  e terreiros de Umbanda por diferentes pessoas que atribuíam novas interpretações e práticas por meio de suas próprias concepções, formações, além de orientações que em muitos casos eram recebidas do Guia Chefe que os acompanhavam e dirigiam. No blog "Registros de Umbanda"  em postagem que também utiliza da mesma temática, seu autor  cita sobre a expansão e diversificação das vertentes umbandistas..."O surgimento dessas diferentes vertentes é conseqüência do grau com que as características de outras práticas religiosas e/ou místicas foram absorvidas pela Umbanda em sua expansão pelo Brasil, reforçando o sincretismo que a originou e que ainda hoje é sua principal marca..." Sendo assim, trabalharemos as seguintes vertentes: 

  • Umbanda Esotérica ou Iniciática
  • Umbanda Trançada, Mista ou Omolocô
  • Umbanda Popular
  • Umbanda de Jurema
  • Umbandaime
  • Umbanda Universalista
  • Umbanda Sagrada ou Natural

Ainda nos servindo de fonte, o blog "Registros de Umbanda", apresenta um resumo de algumas vertentes e para inaugurarmos esta seção, reproduzimos seus escritos sobre o que entendemos ser a Umbanda Cristã (fundada por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas). No blog é intitulada de:

"Umbanda Branca e Demanda"...

Outros nomes: É também conhecida como: Alabanda; Linha Branca de Umbanda e Demanda; Umbanda Tradicional; Umbanda de Mesa Branca; Umbanda de Cáritas; e Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas.


Origem: É a vertente fundamentada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por Pai Antônio e Orixá Malê, através do seu médium, Zélio Fernandino de Morais (10/04/1891 – 03/10/1975), surgida em São Gonçalo, RJ, em 16/11/1908, com a fundação da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.


Foco de divulgação: O principal foco de divulgação dessa vertente é a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Orixás: Considera que orixá é um título aplicado a espíritos que alcançaram um elevado patamar na hierarquia espiritual, os quais representam, em missões especiais, de prazo variável, o alto chefe de sua linha. É pelos seus encargos comparável a um general: ora incumbido da inspeção das falanges, ora encarregado de auxiliar a atividade de centros necessitados de amparo, e, nesta hipótese fica subordinado ao guia geral do agrupamento a que pertencem tais centros. Acredita que existam 126 orixás, distribuídos em 06 linhas espirituais de trabalho. Os altos chefes de cada uma dessas seis linhas recebem o nome de um orixá nagô, embora não sejam entendidos como nas tradições africanas, existindo uma forte vinculação deles aos santos católicos.
Linhas de trabalho: Considera a existência de sete linhas de trabalho: de Oxalá (onde inclui os espíritos que se apresentam como Crianças), de Iemanjá, de Ogum, de Oxóssi, de Xangô, de Iansã e de Santo ou das Almas (onde inclui as almas recém-desencarnadas, os exus coroados, os exus batizados e as entidades auxiliares).

Entidades: Os trabalhos são realizados principalmente por Caboclos(as), Pretos(as) Velhos(as) e Crianças e não há giras para Boiadeiros, Baianos, Ciganos, Malandros, Exus e Pombagiras.

Ritualística: A roupa branca é a única vestimenta usada pelos médiuns durante as giras e encontra-se o uso de guias, imagens, fumo, defumadores, velas, bebidas e pontos riscados nos trabalhos, porém os atabaques não são utilizados nas cerimônias.

Livros doutrinários: Esta vertente usa os seguintes livros como principais fontes doutrinárias: “O livro dos espíritos”; “O livro dos médiuns”; “O evangelho segundo o Espiritismo”; e “O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda”.



Optamos por inciar esta apresentação com a descrição da Umbanda fundada por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, tendo em vista que existe o  consenso sobre todas as outras vertentes serem posteriores à ela. As vertentes nascidas então, acarretarem peculiaridades específicas mas mantiveram a base iniciada pelo seu fundador, "a pratica da caridade através dos atendimentos com guias espirituais de forma gratuita", do contrário não podemos considerá-la Umbanda e levando estes pré-requisitos em consideração que pautaremos nossas pesquisas. Até breve !   

Referências:

* História da Umbanda no Brasil (Diamantino Fernandes Trindade)
* História da Umbanda - Uma religião brasileira (Alexandre Cumino)